domingo, 21 de outubro de 2007

Kyoto: haja temp(l)o para ver tudo!


Dois dias e 30 km a pé depois - 16 ontem e 14 hoje - as dores nas pernas são mais que muitas (lição nº1: não vir para Kyoto sem estar em boa forma!) mas, ainda assim, continuamos siderados com as coisas que vamos encontrando: os templos, as lojas, as pessoas, tudo…

Templos: Kyoto está pejada deles, o mais difícil é decidir quais visitar; uns têm jardins fantásticos (como Tofuku-ji, com um verdeiro jardim Zen), outros guardam tesouros imensos (como Sanjusagen-do, com as suas centenas de estátuas de Kannon – deus budista da misericórdia - em madeira dourada); em comum, uma arquitectura colossal (sempre em madeira), imponente no exterior – os telhados trabalhados e as grossas colunas de madeira que os sustentam - mas delicada no interior - as esteiras sobre as quais caminhamos invariavelmente descalços e as portas, forradas a papel, que deslizam em silêncio.

Kyoto é uma cidade muito curiosa, as grandes avenidas de prédios modernos cruzam-se com as ruelas de casas de madeira tradicionais. De uma forma geral, parece que as pessoas trabalham nas avenidas e moram nas ruelas. Nestas, e ao contrário do que se passa em Espanha ou em Itália (e um pouco no Portugal Alentejano) não se vêm pessoas na rua. No entanto, percebe-se que estão em casa, ouvem-se algumas vozes e os sapatos estão sempre à porta, do lado de fora.

Lojas: existem aqui dezenas de lojas de “delicatessen” que são autênticas joalharias, tal o aspecto da loja, dos expositores, da própria iluminação; os doces - de todas as cores, formatos e sabores – alinham-se nas montras e são depois embrulhados em papel (geralmente branco ou verde, com os inevitáveis caracteres japoneses, pretos, desenhados a traço grosso) e, por fim, colocados em pequenas caixas. O resultado é tão simples mas tão fantástico que custa acreditar que são “apenas” doces.

Além dos doces, descobrimos que os japoneses também gostam muito de café, sob todas as formas: frio, gelado, simples, com leite (de soja), em gelatina… os supermercados – e as máquinas de venda automática de bebidas que existem, literalmente, em cada esquina – estão cheios de ice coffee, cafe latte, blended coffee, etc.

Uma das marcas desses cafés gelados é a Suntory. Quem viu o Lost in translation lembrar-se-á que a história girava à volta de um actor em final de carreira (Bob Harris / Bill Murray) que vinha ao Japão filmar um anúncio para, precisamente, o whisky Suntory (“for relaxing times, make it Suntory times”, a cena da filmagem é hilariante!). O filme passava a ideia que vir ao Japão fazer anúncios é uma prática corrente entre actores americanos, já que são bastante bem pagos e, assimcumássim, os anúncios só passam aqui e, por isso, “ninguém” os vê. Pois bem, tenho a dizer que – surprise! - já dei com o Brad Pitt a anunciar o Soft Bank no metro e com o Tommy Lee Jones a “beber” café Suntory nas máquinas de venda automática. Ah, pois é…

A par dos cafés gelados existem também dezenas de variedades de bebidas à base de chá (sobretudo verde) que, ao contrário dos nossos ice teas, não têm açúcar (os Japoneses não são magros por acaso…). O chá verde, aliás, está um pouco por todo o lado: Haagen Dazs de chá verde, Kit Kat – sim, os chocolates – de chá verde (ambos bem bons, por sinal!), doces de chá verde, soba (noodles) aromatizados com chá verde…

A comida ocidental não parece fazer grande furor por aqui (ainda bem para eles!): além do inefável McDonalds (em muito menor número que noutros países, refira-se), do KfC, do Starbucks, e de um ou outro restaurante italiano, não vislumbrámos (ainda) mais nada; de facto, no que respeita a fast-food, é mais provável encontrarmos pessoas na rua a comer uma espécie de chamuça japonesa (um triângulo de alga nori com recheio de arroz, precisamente do tamanho das chamuças indianas), ou umas bolinhas fritas com recheio de peixe (o pastel de bacalhau cá do sítio, em termos de popularidade!) que, propriamente, hambúrgueres ou batatas fritas (os Japoneses não são magros por acaso…).

Amanhã continuamos o périplo – ainda há tanto para ver, de mercados a bairros de gueishas, de palácios a castelos e vila imperiais! – depois damos notícias (além das fotos, em directo via telemóvel!).

1 comentário:

PºG disse...

Este blog tá mesmo jeitosinho. Posso até confessar que é o blog mais lido do meu PC :)

Só falha um bocadinho porque ainda apareceram poucas gueixas e eu tenho um fetiche com elas.. eheheheh